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Formulação de Pleitos e deveres da profissional de RIG



Uma das funções da profissional de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) é participar da discussão e de negociação de políticas públicas, regulamentações, proposições legislativas, projetos e planejamentos institucionais. Nesse processo, interagimos com atores que possuem perfis e papéis diversos, como, por exemplo, servidoras e servidores públicos, parlamentares, autoridades governamentais, representantes da cadeia produtiva e de organizações sociais, e cidadãs e cidadãos. Assim, no nosso dia a dia, atuamos em arenas e com questões que envolvem aspectos e dimensões coletivas da vida em sociedade.


Estar nessa posição representa um desafio, pois os eventuais desdobramentos do nosso trabalho dependem da interação de um grupo de pessoas de contextos específicos e que possuem posicionamentos, distintos ou não, sobre o objeto da discussão. Diante desse contexto, surge a pergunta: como estar preparada para exercer essa função? Em situações como essa, que naturalmente são complexas e dinâmicas, gostamos de recorrer aos princípios como ponto de partida, pois, independentemente dos ruídos e das circunstâncias específicas e diversas, são lembretes que orientam nossa postura. Assim, em um processo de negociação, temos que ter claro duas coisas: quais os princípios essenciais para elaboração da proposta e do ponto de vista que será apresentado e defendido; e quais são os deveres fundamentais da profissional de RIG dentro dessa dinâmica.


Princípios essenciais para a formulação de pleitos

A formulação de um pleito deve ter como ponto de partida o comprometimento com uma existência mais digna para todas e todos. Dessa forma, qualquer iniciativa não deve resultar em favorecimento indevido, privilégios restritos a poucos ou concorrência desleal. Um exercício que propomos para nossos clientes é avaliar se ele ou ela estaria disposto a apresentar e defender o posicionamento relacionado a agenda em discussão no horário nobre de uma emissora de TV de abrangência nacional. Se a resposta for não, propomos que reavalie a demanda e suas motivações. Por outro lado, se a resposta for sim, estamos prontos para desenvolver a mensagem, o levantamento do contexto e elaborar a estratégia de atuação.


O posicionamento defendido deve estar claro e ser construído a partir de informações precisas e consistentes. Isso significa que ele foi desenvolvido a partir de fontes confiáveis e de conteúdos que podem ser verificados e analisados pelas outras partes. Ademais, a legislação e os processos vigentes em torno do assunto devem ser observados de forma rigorosa. Essa conduta garante a legitimidade do pleito, pois estará baseado nas regras que, como sociedade, combinamos que orientariam nossa ação. Outra postura importante é pensar de forma antecipada em alternativas a proposta considerada ideal, mas que também possam contemplar a questão em debate.


Principais deveres da profissional de RIG

Durante o processo de negociação, a profissional de RIG deve se comunicar e agir com absoluta transparência e manter rigorosa postura ética. Além disso, é importante que esteja familiarizada com informações que envolvem o tema em debate, os atores envolvidos e as possibilidades legais de eventuais encaminhamentos. Também deve estar à vontade e preparada para discutir e responder perguntas sobre o pleito, a instituição e o setor que representa. Nesse contexto, caso surja alguma questão sobre a qual não tenha clareza, é fundamental que seja honesta e esteja disposta a encaminhar o assunto e esclarecê-lo.


Outro dever que temos ao exercer essa função é o de observar se a arena de negociação inclui e dá voz a todas as partes envolvidas no tema em debate. Se não for o caso, é nosso papel pautar a necessidade de adequação desses aspectos do processo, pois a disposição para a construção de soluções em conjunto orientadas pela diversidade da sociedade é uma das responsabilidades fundamentais da atividade de RIG. Um desdobramento desse compromisso é a disposição ao diálogo, para ouvir e, principalmente, aprender.


Em mais de 42 anos de atuação no mercado de RIG, orientamos clientes e tivemos – e ainda temos – a oportunidade de participar de vários momentos de interação e negociação junto a outros atores e constatamos diariamente que não existem atalhos para esse processo. Nesse contexto, acreditamos que a profissional de RIG deve estar comprometida principalmente com a construção de um canal de comunicação ético, transparente, respeitoso e consistente com as demais partes que compõem o universo no qual atua.


Artigo elaborado em 09/02/2022 pela Equipe da Umbelino Lôbo Assessoria e Consultoria.

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